domingo, 15 de novembro de 2009

O que tenho aprendido com o jornalismo L.1

Começo aqui uma série de posts para dividir com vocês algumas 'lições' que tenho aprendido com a prática do jornalismo. Como são lições muito subjetivas, talvez nem todos os leitores concordem. Mas isso não é problema, os comentários estão abertos para toda e qualquer crítica. Este espaço é exatamente para isso.

Lição 1: O que faz a diferença é a escolha das falas
Toda matéria carrega a opinião do repórter, por mais que ele lute contra isso e busque a impacialidade. Eu explico: Ao entrevistar uma pessoa, você está diante de inúmeras falas e cada uma delas tem um sentido. Um mesmo entrevistado pode expressar opinião favorável, desfavorável e neutra sobre um tema. Como também pode, em determinado momento, desviar a matéria para um outro assunto. Porém, é a escolha do que colocar na matéria que dará todo o sentido a ela. Assim cabe ao repórter direcionar a entrevista e extrair o máximo sobre o foco que o levou até o entrevistado.
Você não deve (e não pode!) colocar palavras na boca da pessoa. Não deve também distorcer o que foi falado. Mas, nem sempre é possível expor tudo o que foi dito, e, se o fizer sem a devida explicação poderá causar confusão na leitura do texto.
É errado escolher apenas algumas falas? Depende das intenções do repórter, do estilo do veículo para o qual ele escreve, do limite de linhas que a matéria exige, do deadline e de muitos outros fatores. O principal é pensar: Estou sendo ético? Estou sendo íntegro? Essa matéria vai prejudicar alguém? A leitura desse texto levará alguma informação importante ao meu leitor?
O foco da matéria jamais deve ser esquecido
Antes de redigir, faça perguntas do tipo:
"Se eu vim aqui falar sobre a nova peça em cartaz, por que devo falar sobre a nova namorada do ator?"
"Se eu vim para perguntar sobre uma questão específica de economia, para quê vou dizer que o economista é dono de uma ONG que ajuda 1.000 crianças?"
Não que as outras informações sejam irrelevantes. Pelo contrário; as falas que não forem utilizadas podem servir de direcionamento para uma outra matéria. O importante é não ter ânsia para escrever tudo de uma vez.
Na minha opinião uma matéria bem escrita é aquela que faz juz ao seu título e explica a opinião do entrevistado sobre o tema inicial. Nada de misturar as coisas.
E você, o que acha?

Um comentário:

Everaldo Vilela disse...

A maior lição que levo do jornalismo é saber ouvir.

Foi a mais grata surpresa já que eu sempre achei que todo mundo tem uma história pra contar. Saber ouvir e levar essas histórias a outras pessoas é incrível.

óbvio que não se limita a isso. =)