segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Obama é bom. Mas nem tudo é festa.


Barack Hussein Obama eleito - trata-se de um marco na história mundial? Of course !
Mas é necessário ter cautela para que o "alvoroço" depositado sobre a eleição de Obama não vire motivos de decepção. Manter os pés no chão e voltar as atenções para os problemas que deverão ser enfrentados de agora em diante, torna-se fator fundamental.
Conversei com o Sr. Paulo Ângelo - diretor superintendente da Magnus Sociedade Previdenciária e presidente da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimentos do Mercado de Capitais Minas Gerais (Apimec/MG) - e fiz algumas perguntas . Tanto sobre a crise econômicaquanto sobre a eleição de Obama. Veja algumas delas abaixo.

As eleições do dia 4 de Novembro transmitiram imagens de um povo alegre, esperançoso e muito otimista com o futuro governo do presidente eleito, Barack Obama. Para você, o povo estadunidense fez uma escolha certa? Por quê?

O povo sempre faz suas escolhas de forma correta, às vezes, depois, os fatos são corrompidos e as coisas desandam. Mas nesse caso ,parece-me que o povo americano fez a única escolha sensata que poderiam ter feito.O atual Presidente americano vai deixar uma herança tão terrivelmente maldita que apenas uma liderança emergindo de uma eleição democrática com vitória nas duas casas legislativas poderá reunir forças suficientes para soerguer esse gigante que é os EUA. O fato de se ter ungido uma nova liderança com força e expressão política é condição necessária e suficiente para alicerçar-se um novo modelo de desenvolvimento econômico e social.

Quais são os principais problemas que Obama deverá enfrentar?

Primeiro consolidar e solidificar sua emergente liderança,promovendo as alianças necessárias para obter apoios internacionais relevantes.Obama tem o seguinte dilema ,repetindo a historia:”vencer ou vencer!” Não vai ser fácil já que os EUA terão que demonstrar ao mundo sua indubitável intenção e capacidade de tomar atitudes totalmente inovadoras tais como por exemplo a bandeira de um desenvolvimento responsável capas de direcionar o mundo para um crescimento com sustentabilidade econômica ,social e ambiental .Ou seja um mundo menos predatório e socialmente mais justo.Não vai ser fácil.

O ministro do planejamento, Paulo Bernardo, afirmou no programa Bom Dia Ministro que “a crise pode afetar sim a economia brasileira, mas, as medidas tomadas pelo governo nos últimos anos - como a manutenção do orçamento equilibrado e o aumento do crédito - propiciaram sólidas reservas de dólares e trouxeram certa blindagem contra a crise”. Você acha que a ‘tranqüilidade’ demonstrada pelo governo têm fundamentos?

Prefiro acreditar que o Ministro deu uma declaração em outro contexto e foi mal interpretado,já que em sua função de autoridade publica certamente conhece a gravidade da situação bem como as limitações a que estão expostas às diversas economias.O próprio Presidente Lula que a principio tentou desconsiderar a gravidade da situação já se deu conta de seu equívoco inicial.

Quais são suas expectativas para o futuro econômico do país?

Temos que ser responsáveis porque teremos momentos duros.Possivelmente teremos que conviver com um processo recessivo,desemprego e coisas do gênero,o que é muito preocupante e desagradável.Não adianta muita perfumaria é preciso enfrentar essa crise como se fosse numa economia de guerra.Acho que quanto antes atacar o problema ,mais perto estaremos da solução e da saída da crise.Por exemplo,fortalecer o mercado interno como forma de reduzir nossa dependência do mercado externo que deverá sofrer mais para uma recuperação.O Presidente Lula por exemplo já deu demonstrações inequívocas que sabe compreender as expectativas do povo brasileiro.

Hoje ,como se sabe,o Governo é um despoupador,ou seja ele consome a poupança publica em função de seus gastos acima de suas receitas.O que se espera é ver um Estado gastando com parcimônia ,no seu limite,gerando recursos para investimento.Se isso puder existir,certamente teremos a honra suprema de ver o Brasil saindo dessa crise não como um pais emergente mas como uma potência emergente.

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