quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Se sabemos ou não votar? NÃO!!


Esta é uma matéria de opinião escrita por Eduardo Jablonski/Professor, mestre em Letras (Ufrgs), para o portal
Gazeta do Sul. Achei interessante e resolvi postar em meu Blog também.


Se sabemos ou não votar

Não gosto de tentar influenciar ninguém em nenhuma situação, menos ainda em política. Não acho correto – nem ético – as pessoas procurarem convencer ou até obrigar os outros a votarem nos seus candidatos. Mas vou fazer reflexão a respeito da Teoria do Agendamento, que estudei quando cursava Comunicação Social na Unisinos. Falo em tese, não cito nomes de partidos, candidatos ou veículos de comunicação. Antes disso, lembro o filósofo brasileiro Otaviano Pereira, que certa vez perguntou: “Nós temos autonomia na vida pública?” Ou seja, nós votamos de forma consciente? Mais ainda: nós sabemos votar? Não vou responder a essas perguntas, mas, como disse, vou expor uma teoria.

No final do século XIX, um grande empresário norte-americano dos meios de comunicação disse que ninguém votava de forma consciente. As pessoas escolhiam quem ele, empresário, quisesse. Para isso, ele e seus intelectuais da comunicação trabalharam na Teoria do Agendamento, que consiste mais ou menos no seguinte: durante anos, os meios de comunicação (os desonestos, não todos, claro) fazem matérias ressaltando aspectos positivos de certos candidatos e partidos, e negativos de outros. Assim, no final de quatro anos, os eleitores, iludidos, achando que sabem o que estão fazendo, votam em quem os meios de comunicação desejaram quatro anos antes.

Na verdade, não sei se a teoria funciona. E sei menos ainda se já foi colocada em prática no Rio Grande do Sul. O que tenho certeza, mas pode ser apenas coincidência, é que, anos atrás, fiz assinatura de grande jornal gaúcho para constatar a possível veracidade da teoria. E notei o seguinte: todos os dias, durante sete meses (foi o tempo que agüentei fazendo a pesquisa diária), o referido grande jornal publicou três manchetes positivas a favor de um candidato, que viria a ser governador do Estado, e três manchetes negativas a respeito do seu principal adversário. Foi por essa época que surgiu o que hoje chamamos de anti, ou seja, pessoas que não simpatizam com nenhum partido, mas votam contra um deles, os anti.

Talvez seja apenas loucura da minha cabeça. Talvez nenhum jornal tenha feito matérias propositais contra ninguém e em benefício de ninguém. Talvez os fatos diários positivos sempre a favor de um e negativos sempre contra outro tenham realmente existido. E talvez o filósofo Otaviano Pereira seja outro louco igual a mim, pois as pessoas têm consciência e autonomia ao votar. E talvez você não devesse ter lido esse artigo.


Professor Eduardo, acho que não é coisa de sua cabeça não... Analise as eleições em BH e descubra que de louco não temos nada.


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